Bitcoin recua para US$87 mil em meio a volatilidade global. Saídas de ETFs, dados econômicos fracos e tensões geopolíticas moldam o mercado cripto. Análise compBitcoin recua para US$87 mil em meio a volatilidade global. Saídas de ETFs, dados econômicos fracos e tensões geopolíticas moldam o mercado cripto. Análise comp

Bitcoin Cai para US$87 Mil em Meio a Volatilidade Global: Geopolítica e Economia Moldam Mercado Cripto

2025/12/17 14:31

Bitcoin Enfrenta Pressão Vendedora Enquanto Mercados Globais Lidam com Incertezas Econômicas e Tensões Geopolíticas

O Bitcoin recuou para aproximadamente US$87 mil nas últimas 24 horas, registrando queda de cerca de 2% e estendendo uma sequência de perdas de quatro dias. A volatilidade do maior ativo digital reflete não apenas dinâmicas internas do mercado cripto, mas também pressões macroeconômicas globais e tensões geopolíticas que redefinem o cenário econômico mundial.

Mercado Cripto em Turbulência: Saídas de ETFs e Dados Econômicos

Os dados mais recentes indicam saídas líquidas significativas de fundos de investimento em Bitcoin, com US$357,6 milhões saindo de ETFs de Bitcoin nos últimos dias. Esse movimento reflete uma redução no apetite institucional por ativos de risco, fenômeno diretamente ligado aos dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos.

A divulgação de dados de emprego (Payrolls) dos EUA gerou reavaliação do apetite por risco nos mercados globais. Com a criação de apenas 64 mil empregos, bem abaixo das expectativas, as chances de corte de juros pelo Federal Reserve diminuíram significativamente, mantendo a taxa de juros americana em patamares elevados.

Analistas técnicos apontam zona de suporte crítica em US$84 mil a US$85 mil para o Bitcoin. Uma quebra dessa região poderia abrir espaço para queda adicional até cerca de US$74 mil, segundo projeções baseadas em extensões de Fibonacci mencionadas por especialistas.

Ethereum Acompanha Movimento: Mercado Cripto Correlacionado

O Ethereum seguiu o sentimento geral de mercado, estabilizando junto com outras criptomoedas após os piores níveis do dia. Não há grandes eventos específicos para a segunda maior criptomoeda nas últimas horas — a movimentação é atribuída principalmente ao fluxo macroeconômico e ao sentimento geral do mercado cripto.

Essa correlação entre Bitcoin e Ethereum demonstra como o mercado de criptomoedas ainda funciona como um bloco único, respondendo principalmente a fatores macroeconômicos externos em vez de desenvolvimentos específicos de cada protocolo.

Economia Global em Encruzilhada: Juros Altos e Volatilidade

O cenário econômico global em dezembro de 2025 é marcado por alta volatilidade e incertezas. No Brasil, a Selic atingiu 15% — o maior nível desde 2006 — encarecendo crédito e reduzindo consumo. Nos EUA, a manutenção de juros elevados incentiva fuga de capitais de mercados emergentes, pressionando moedas como o real.

A bolsa brasileira (Ibovespa) caiu 2,42% em sessão recente, influenciada pela ata do Copom (sem sinal de corte de Selic em janeiro), pesquisas eleitorais e remessas de lucros estrangeiros. O dólar atingiu máxima de R$5,47, refletindo a aversão ao risco global.

Segundo a Cepal, a economia da América Latina e Caribe crescerá apenas 2,4% em 2025 e 2,3% em 2026, com baixo dinamismo devido a volatilidade comercial, informalidade alta e restrições ao investimento. O Brasil mantém projeção de PIB em 2,5%, enquanto México cai para 0,4%.

Tarifas de Trump Redesenham Comércio Global e Afetam Criptomoedas

As tarifas impostas pelo governo Trump geraram incerteza nos setores produtivos e redesenharam cadeias globais de suprimento. Embora o Brasil tenha redirecionado exportações para China e Ásia, a volatilidade comercial continua pressionando mercados financeiros e ativos de risco como criptomoedas.

A incerteza comercial reduz o apetite por investimentos especulativos, afetando diretamente o mercado cripto, que é altamente sensível a mudanças no sentimento de risco global.

Geopolítica Redefine Disputa por Recursos Estratégicos

Enquanto o mercado cripto enfrenta pressão, uma disputa geopolítica maior está em andamento pelos recursos estratégicos do planeta. A nova Estratégia de Segurança Nacional dos EUA enfatiza relações bilaterais sobre multilateralismo, priorizando acesso a recursos como minerais críticos, terras raras e agricultura.

O Brasil, que possui a segunda maior reserva de terras raras do mundo (atrás apenas da China), está no centro dessa disputa. Os EUA avançam silenciosamente sobre essas reservas, financiando empresas locais para reduzir dependência chinesa, que domina 60% da produção global e 90% do refino de terras raras.

China, por sua vez, supera os EUA em áreas estratégicas como comércio, produção de armamentos e modernização naval. Pequim responde a tarifas com controle sobre terras raras e busca autossuficiência em microprocessadores via Plano Quinquenal 2026-2030.

Rússia e China ganham espaço na Venezuela — considerada “porta de entrada” para a América Latina — desafiando os EUA, que buscam conter seu projeto político além do petróleo e terras raras.

Regulação de Criptomoedas em Transição: SEC Reduz Fiscalização

Em desenvolvimento importante para o setor cripto, a SEC dispensou ou pausou quase 60% dos casos relacionados a criptomoedas desde janeiro de 2025. Processos de grande repercussão como Ripple e Binance foram pausados, sinalizando mudança na abordagem regulatória.

O Senado dos EUA adiou a votação do projeto de lei CLARITY Act para o próximo ano. A proposta busca clarificar competências entre reguladores, deslocando boa parte da supervisão de cripto à CFTC para mercados à vista e limitando o escopo da SEC sobre o que é considerado título.

A SEC publicou um guia de autocustódia de Bitcoin para investidores, explicando chaves públicas/privadas e boas práticas de segurança. Contudo, o presidente da SEC, Paul Atkins, alertou que a blockchain pode ser “uma ferramenta poderosa de vigilância” se usada por governos para monitorar carteiras e transações.

Perspectivas para os Próximos Dias

Analistas destacam pontos-chave a monitorar:

  • Fluxos de ETFs: Entradas ou saídas continuadas indicarão pressão de compra ou venda institucional
  • Dados macroeconômicos dos EUA: Próximos relatórios de emprego e inflação podem alterar expectativas de juros
  • Zona de suporte do Bitcoin: Defesa ou quebra de US$84-85 mil será crucial para próximos movimentos
  • Desenvolvimentos geopolíticos: Tensões comerciais e disputas por recursos continuarão afetando sentimento de risco
  • Regulação cripto: Avanço do CLARITY Act em 2026 pode redefinir supervisão do setor

Conclusão: Criptomoedas Refletem Complexidade Econômica Global

A volatilidade do Bitcoin e do mercado cripto em dezembro de 2025 não é isolada. Ela reflete uma economia global em transição, marcada por juros elevados, tensões comerciais, disputas geopolíticas por recursos estratégicos e incertezas regulatórias.

Para investidores e observadores do mercado, compreender essas dinâmicas macroeconômicas e geopolíticas é essencial para interpretar movimentos de preço de criptomoedas. O mercado cripto, cada vez mais integrado à economia global, serve como barômetro sensível das mudanças no apetite por risco e nas expectativas econômicas mundiais.

Nos próximos dias, a atenção deve se voltar para dados econômicos dos EUA, movimentos de capitais institucionais e desenvolvimentos na regulação cripto, que juntos determinarão a direção do Bitcoin e do mercado digital nos próximos meses.

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