O diretor-geral da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), Artur Watt, afirmou que agora é o momento mais adequado para estudar como explorar o pré-sal em toda plenitude. O polígono do pré-sal tem área de cerca de 150 mil metros quadrados entre Espírito Santo e Santa Catarina, mas com produção apenas nas bacias de Campos e Santos.
“Talvez seja a hora de pensar em condições e programas para garantir toda a exploração possível do polígono do pré-sal e condições para a exploração de áreas que não são megacampos”, disse Watt, que assumiu o cargo em setembro, em entrevista ao jornal Valor Econômico, publicada nesta 6ª feira (26.dez.2025).
“Precisamos estudar condições mais favoráveis para exploração e [viabilizar] condições contratuais que permitam a extração de todo o potencial do pré-sal. Sempre respeitando os contratos que já existem e buscando incentivos para que a produção aumente e se mantenha por mais tempo”, acrescentou.
Watt disse que a reposição de reservas de petróleo e gás é uma das prioridades da agência. “A ANP tem estudos segundo os quais ainda há muito crescimento do pré-sal até 2030. Sabemos que a partir daí a tendência é de ter um platô e início de queda. Esse é o momento para colocarmos novos blocos em [fase de] exploração, desenvolver o ciclo exploratório e manter a produção por um período que atenda às necessidades do país”, declarou ao jornal.
O diretor da agência defendeu o fortalecimento da fiscalização do setor de combustíveis, alvo de recentes operações contra irregularidades relacionadas ao crime organizado. “Se por um lado tem se revelado crescimento [da criminalidade no segmento], por outro lado hoje vemos que também há aumento no combate [a ilícitos]. Do mesmo modo, a ANP precisa ter um olhar muito cuidadoso para quando questões tributárias avançam sobre o ambiente concorrencial e regulatório do setor”, disse.
Watt também mencionou parcerias contra fraudes e medidas como o projeto de lei para dar acesso à ANP a dados da Receita Federal para avançar no monitoramento do mercado de combustíveis. “Não é para quebrar sigilo fiscal amplo nem focar na contabilidade da empresa, mas monitorar a entrega de produtos através das notas fiscais”, afirmou.


