A China apresentou um amplo pacote de políticas financeiras com o objetivo de acelerar o desenvolvimento do Novo Corredor Internacional de Comércio Terrestre-Marítimo, uma artéria logística estratégica destinada a conectar o interior do oeste do país aos mercados globais.
O Banco Popular da China, juntamente com outras 7 agências governamentais, divulgou na 4ª feira (24.dez.2025) diretrizes que delineiam 21 medidas para aprimorar os serviços de financiamento e liquidação ao longo da rota.
A medida representa um passo fundamental no esforço mais amplo de Pequim para fortalecer as cadeias de suprimentos internas e expandir o uso internacional do yuan, posicionando o corredor como uma ponte de conexão entre a Iniciativa Cinturão e Rota e o Cinturão Econômico do Rio Yangtzé.
Ao melhorar os fluxos de capital e a eficiência das liquidações, as autoridades buscam aprofundar a integração econômica com a Asean (Associação de Nações do Sudeste Asiático) e a Ásia Central.
As diretrizes se concentram em duas funções financeiras principais: financiamento de infraestrutura e facilitação da liquidação transfronteiriça. Elas preveem a mobilização de recursos financeiros, incluindo um fundo específico em Chongqing, para apoiar o corredor, que abrange 18 regiões de nível provincial e utiliza Chongqing como seu centro operacional.
Para atender às consideráveis necessidades de infraestrutura do corredor, os reguladores incentivaram o uso mais amplo de instrumentos financeiros, como Reits (fundos de investimento imobiliário) e títulos de crédito corporativos. O documento apoia explicitamente a criação de um fundo para o Novo Corredor Internacional de Comércio Terrestre-Marítimo em Chongqing, destinado a financiar a construção de infraestrutura e parques industriais.
Para lidar com o endividamento acumulado, os reguladores propuseram explorar operações de conversão de dívida em capital próprio, orientadas ao mercado, para conter os riscos associados a projetos existentes. O plano também busca atrair capital de instituições internacionais, incluindo o Banco Asiático de Desenvolvimento e o Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura.
Uma inovação notável envolve a transformação da documentação logística em instrumentos de financiamento. A política apoia programas-piloto para digitalizar documentos de transporte ferroviário e atribuir-lhes atributos legais semelhantes a direitos de propriedade.
A mudança visa viabilizar um sistema de “nota fiscal única” para o transporte multimodal, permitindo que os bancos concedam crédito garantido por documentos de embarque. Os credores são incentivados a adaptar produtos de crédito para empresas de logística, incluindo serviços especializados para pequenas e médias empresas.
No que diz respeito à liquidação de dívidas, as diretrizes buscam reduzir os atritos no comércio transfronteiriço. Os bancos qualificados são instruídos a fornecer canais mais transparentes para que empresas confiáveis liquidem pagamentos por bens e serviços.
A política também apoia a simplificação do registro de câmbio para projetos de capital e a flexibilização das restrições aos custos iniciais para investimentos diretos no exterior, medidas destinadas a otimizar as operações multinacionais.
O documento enfatiza a expansão do uso transfronteiriço da moeda chinesa. Ele defende uma cooperação cambial bilateral mais estreita com países do Sudeste e da Ásia Central e incentiva o uso mais amplo do yuan em liquidações de comércio e investimento.
Especificamente, promove a liquidação em yuan para transações de commodities a granel e apoia investidores da Asean que utilizam a moeda para investimento direto na China.
As agências também propuseram o aproveitamento da tecnologia financeira para modernizar os fluxos de pagamento. O plano sugere explorar aplicações transfronteiriças do yuan digital, ou e-CNY, incluindo o uso de contratos inteligentes para pagamentos, financiamento e abatimentos fiscais. Também levanta a possibilidade de expandir o escopo geográfico dos programas piloto do yuan digital para reduzir custos e aumentar a eficiência.
Para garantir a implementação eficaz, as diretrizes exigem que as instituições financeiras estabeleçam mecanismos de serviço dedicados em suas sedes. Os bancos são incentivados a ajustar seus incentivos internos –como aprovação de crédito e avaliações de desempenho– para favorecer projetos relacionados ao corredor.
A política também promove a integração de crédito entre províncias, permitindo que os recursos financeiros circulem mais livremente ao longo da rota comercial, que se expandiu de uma estrutura inicial de 14 províncias para abranger 74 cidades até 2024.
Esta reportagem foi originalmente publicada em inglês pela Caixin Global em 25.dez.2025. Foi traduzida e republicada pelo Poder360 sob acordo mútuo de compartilhamento de conteúdo.

James Gallagher, correspondente de saúde e ciência BBC News fonte James Gallagher / BBCJames Gallagher, correspondente de saúde e ciência Curar a doença de
